quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mais nove mortes acontecem na construção civil da Bahia


Os números são alarmantes e impressionam. A Bahia já representa o estado com maior número de mortes em acidentes de trabalho no país. Na manhã desta terça-feira (09), mais um acidente na indústria da construção civil matou nove operários após queda de um elevador na Avenida Antônio Carlos Magalhães, em Salvador.
Com a sexta maior economia do País, a Bahia ocupa a sétima posição na quantidade de registros de acidentes de trabalho, sendo superado por São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. No entanto, é o primeiro em número de casos dentre os demais Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Apenas no acidente de hoje, nove trabalhadores morreram após a queda de mais de vinte andares do elevador do prédio em que trabalhavam. Ainda não há confirmação sobre a causa do acidente que vitimou os operários Helio Sampaio, José Roque dos Santos, Jairo de Almeida Correia, Lourival Ferreira, Martinho Fernandes dos Santos, Manoel Bispo Ferreira, Antonio Reis do Carmo, Antonio Elias da Silva, Antonio Luiz Neves dos Reis.

“Já são 53 acidentes com 13 mortes na construção civil em Salvador, até agosto deste ano, o que demonstra que algo está errado. É evidente e notório, o descaso do patronato do setor, que só visa o lucro, sempre, e pouco ou nada investe na segurança destes trabalhadores”, salienta o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), regional Bahia, Adilson Araújo, que alerta para a situação de vulnerabilidade dos trabalhadores.

Para o secretário de Saúde e Segurança no Trabalho da CTB, Fernando Dantas, é preciso continuar lutando por melhores condições de trabalho, para que o estado não expresse números cada vez maiores de vítimas fatais, como na construção civil. “Existe muita irresponsabilidade por parte do empresariado. As mortes previsíveis, anunciadas, evidenciam o descaso com a vida do trabalhador. Estamos cansados de avisar às autoridades, mas a fiscalização e o investimento em segurança são insuficientes”, denuncia.

Dados coletados entre os Sinduscon de cada estado revelam que os acidentes mais comuns são quedas de andaime, choque elétrico, soterramento e o trabalhador ser atingido por algum objeto. “As autoridades responsáveis devem fazer a sua parte para evitar a negligência dos construtores. O maior problema é que Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-BA), a quem cabe fiscalizar os canteiros, dispõe de um número insignificante de fiscais no estado, afirma Adilson Araújo.

Fonte: Ascom/ CTB-Bahia

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