terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cenário mundial recomenda redução da taxa de juros, defende Ipea



A crise econômica internacional que afeta mais fortemente os Estados Unidos, a Europa e o Japão “pode ser uma oportunidade para mudar intensamente a política monetária” brasileira, a começar por uma “redução sensível” da taxa básica de juros (Selic), de acordo com o coordenador de Finanças Públicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Claudio Hamilton. A análise consta de comunicado divulgado no dia 18) de agosto pelo Ipea.

Segundo ele, o Brasil tem mais condições para enfrentar a instabilidade mundial do que a maioria dos países, mas deveria redirecionar a economia nacional para “além das rendas financeiras”, de modo a impulsionar a produção. Hamilton avalia que o país não pode permitir a erosão das reservas, hoje avaliadas em US$ 352,375 bilhões, nem a recessão, que pode trazer desemprego e corte de aumentos reais dos salários.

Incertezas

Com o aumento das incertezas no mercado internacional devido à intensificação da crise, Hamilton enfatizou que cresce a necessidade de ações mais fortes para estimular a competitividade da indústria brasileira, prejudicada pela desvalorização cambial, que torna muitos produtos importados mais baratos que os nacionais.

O coordenador de Finanças Públicas do Ipea avalia ainda que, com as contas públicas sob controle e os grandes bancos funcionando em bases sólidas, sem interrupção dos canais de crédito, a economia brasileira tenha condições de enfrentar os efeitos da atual crise econômica com mais tranquilidade do que ocorreu em 2008, quando a crise financeira mundial foi deflagrada.


O economista ressalta que parece ser provável a redução da taxa básica de juros devido a dois fatores: a sinalização, por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em sua última ata, de que o ciclo de aperto monetário pode ter chegado ao fim; e ainda o recrudescimento da crise econômica nos países desenvolvidos, que reduz o ritmo de crescimento da atividade produtiva lá fora e do aumento da inflação no país.

Hamilton destaca, ainda, que a China, Índia e o Brasil “parecem estar fora do cenário de crise” e os mercados futuros indicam queda dos juros.

CTB mantém posição por mudanças

Desde o primeiro dia de governo da presidenta Dilma Rousseff, a direção nacional da CTB vem cobrando um novo posicionamento em relação à política macroeconômica do país. No entanto, nesse período já ocorreram cinco aumentos consecutivos da taxa de juros.
"É muito bom saber dessa posiçao do Ipea, pois isso comprova que nós, da CTB, além de todo o movimento sindical, estamos fazendo uma reivindicação correta. Esperamos que na próxima reunião o Copom finalmente inicie um movimento inverso, de queda", afirmou o presidente Wagner Gomes.

Fonte Agência Brasil


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