domingo, 1 de fevereiro de 2009

Trabalhadores têxteis e calçadistas enfrentam uma dura realidade


Em plena campanha salarial, os trabalhadores nas indústrias têxteis e calçadistas do Sul e Extremo Sul da Bahia, representados pelo SINTRATEC, vivem uma dura realidade de baixos salários e condições ruins de trabalho, agravada ainda mais pela ameaça patronal de desemprego, que com a desculpa da crise econômica internacional, situação que na realidade não afetou o setor, vem demitindo trabalhadores na região


Até agora as fábricas TRIFIL, Grendene, Kildare, Malwee e Penalty não aceitaram proposta dos trabalhadores de reajuste nos salários de 20,48%, o que corresponde à variação no período do Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) do IBGE, além de produtividade e aumento real nas faixas salariais. As rodadas de negociação têm sido marcadas pelo descaso e desrespeito patronais quando não apresentam contraproposta, utilizando-se da falácia de que a crise mundial está impedindo que as partes entrem em acordo.

Segundo a imprensa nacional, “a crise financeira mundial não impediu o crescimento da indústria têxtil no Brasil. Com o dólar em alta, o setor espera aumentar as vendas dentro e fora do país. Há espaço para crescer. No ano passado, o brasileiro consumiu mais de 7 bilhões de metros de tecido, mas grande parte foi de produtos importados, principalmente da Ásia. Agora, empresários do setor esperam que a crise mundial, que fez o dólar subir, devolva a competitividade da roupa nacional, como o jeans por exemplo” (Portal G1 de 14/01/09).
No setor calçadista a história é a mesma. Segundo afirmou o presidente da Couromoda, Franscisco Santos, a feira internacional de calçados que aconteceu em dezembro passado, em São Paulo, movimentou cerca de R$ 6 bilhões em negócios para o setor.
Segundo Santos, os efeitos da crise ainda não foram sentidos pelo segmento. A situação cambial trouxe de volta clientes que desistiram de participar da feira no ano passado, como empresários do Oriente Médio, da África do Sul e da Grécia. “Eles migraram para produtos asiáticos e agora estão vendo no Brasil uma nova oportunidade de negócios”, afirmou em entrevista ao portal de notícias G1.
Para o SINTRATEC resta aos trabalhadores têxteis e calçadistas não se deixarem levar por mentiras contadas pelo segmento patronal. Está na hora da categoria intensificar a mobilização por melhores salários e condições dignas de trabalho para barrar a intenção dos patrões que só pensam nos lucros exorbitantes sem se preocupar com a vida de quem são os responsáveis diretos por essa alta lucratividade, principalmente a TRIFIL que de outubro até agora já demitiu cerca de 500 trabalhadores, colocando a culpa na crise financeira internacional. Uma desculpa esfarrapada de quem já tem onze anos lucrando com exploração da mão-de-obra dos trabalhadores grapiúnas. Tudo isso para intimidar e assombrar a categoria em plena campanha salarial.

Campanha Salarial 2009

Mais empregos, mais salários!
Os trabalhadores não podem pagar o preço da crise.

SINTRATEC – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Têxteis e Calçadistas do Sul e Extremo Sul da Bahia
Filiado à CTB

Nenhum comentário:

Postar um comentário