terça-feira, 10 de fevereiro de 2009


Sintratec mantém campanha salarial e repudia demissões


O Sintratec (Sindicato das Indústrias Têxteis e Calçadistas do Sul e Extremo Sul da Bahia), em campanha salarial desde novembro, repudia a série de demissões que vêm ocorrendo nas fábricas. Segundo Jéser Cardoso, presidente da entidade, a Trifil é quem mais vem demitindo. Foram cerca de 500 funcionários dispensados entre outubro e janeiro.“As empresas vêm usando a crise para demitir funcionários e para não aumentar os salários. Entendemos que é uma chantagem com os trabalhadores e com a comunidade. Temos dados de que a crise não afetou tanto o setor”, dispara o sindicalista.Em relação à campanha salarial, Cardoso informa que tem rodadas de negociações marcadas para hoje (10) e para o dia 12, e os trabalhadores se mantêm abertos a negociar. Entretanto, caso as empresas se mantenham inflexíveis, não está descartada a possibilidade de greve.A categoria reivindica, entre outros pontos, piso salarial de R$600,00 (o piso atual é de R$430,00), reajuste de 20,48%, ticket alimentação, transporte e alimentação gratuitos (hoje é descontado R$0,69 por refeição – R$12 a R$14 por mês – e no transporte desconta-se 6% - em média, R$25,00). “Hoje a cesta básica é dada como prêmio. Quem dá atestado perde”, explica o sindicalista.Ele esclarece que a campanha salarial abrange trabalhadores de seis fábricas (Trifil, Penalty – Itabuna e Itajuípe, Kildare, Malwee – Camacan, Grendene – Teixeira de Freitas). “Estamos negociando separado. Houve duas rodadas por empresa até então e o sindicato patronal terá reunião para negociar dia 10, dia 9 é com a Malwee e dia 12, com a Trifil”, detalha.O impasse, segundo o líder sindical, é principalmente devido à questão salarial. “Eles não aceitam as cláusulas sociais e as propostas financeiras também não agradam. A Malwee propõe reajuste de 6,48% para salários acima do piso e o piso em R$470,00, a Trifil ainda não definiu o reajuste e, em relação ao piso, propuseram o mesmo do governo, R$465,00, e a Penalty aceita o INPC (6,48% de reajuste) e piso de um salário”, pontua.A mais recente rodada de negociações foi na madrugada de ontem, quando houve uma assembléia da categoria. Na tarde de quarta, houve o “carnaval do arrocho salarial”, um ato de protesto na porta da Trifil. “No momento, esperamos avanço nas negociações, mas estamos conversando com os trabalhadores. Caso as empresas não mudem a postura, é possível que haja um movimento mais radical”, alerta Cardoso.

Fonte: jornal Diário do Sul

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